PIMENTAS BANIWA (JIQUITAIA)




As pimentas Baniwa (Jiquitaia) são torradas e socadas com sal artesanalmente pelos moradores da tribo Baniwa, estas pimentas têm a delicadeza, picância na medida certa, um defumado incrível e não sobrepõe os sabores dos pratos.
Jequitaia não é um tipo de pimenta mais sim um blend exclusivo de variedades do gênero Capsicum spp, são ao todo 78 variedades registradas.
As pimentas estão na mesa do povo Baniwa todos os dias. Na quinhapira (pimenta + peixe, em Nheengatu), uma caldeirada poderosa e colorida, ou na caça moqueada e pilada com pimenta desidratada. A ardência é forte mas breve, e alimenta os ânimos.
O uso em carnes, mas sobretudo peixes, ao lado destas pimentas remontam a gastronomia local do Alto Rio Negro. Porém, recém-descobertas pelo circuito gourmet, as pimentas complementam massas, frutos do mar, saladas, doces, chocolates, cremes, purês e até acompanham frutas.
A pimenta Baniwa tem avançando muito, e se destacado em grandes restaurantes por grandes chefs, Alex atala fundador do projeto ATÀ e Chef do D.O.M usa em várias preparações no seu menu, Helena Rizzo Chef do Estrelado Maní , também usa essa iguaria no seu menu e ainda é insumo para produtos inovadores, como o Molho de Pimenta Jiquitaia com Açaí — Orgânica da Soul Brasil, bem como da barra de chocolate com Pimenta Baniwa da Na’Kau.

Em um complexo cultural de 22 povos indígenas diferentes, vivem os Baniwas. Localizadas na fronteira do Brasil com a Colômbia e a Venezuela, remontam a tradição regional em tudo o que fazem.
Seus produtos, integrantes do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro, têm sido reconhecidos em importantes nichos do país, inclusive, o da gastronomia. Principalmente depois de ter sido reconhecido, em 2010, como patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan )

O cultivo de roças, entre os Baniwa, é uma prática milenar e de responsabilidade sobretudo das mulheres. Inicia-se depois que o homem derruba e queima pequenos trechos de floresta ou capoeiras antigas. Um dos seus principais traços é autonomia em relação a insumos externos, como agroquímicos e maquinário pesado, e sua rica simbologia associada ao trato com a terra, com as plantas, e com os objetos que gravitam em torno do universo das roças.
Mulheres da tribo Baniwa , fezendo a colheita da pimentas 


Manifesto do povo Baniwa para o projeto ATA, - onde o projeto construiu a casa da pimenta, onde elas são catalogadas preparadas, rotuladas e vendidas e utilizadas como citado a cima





A RELAÇÃO DO HOMEM COM O ALIMENTO
PRECISA SER REVISTA.
PRECISAMOS APROXIMAR O SABER DO COMER,
O COMER DO COZINHAR, O COZINHAR DO PRODUZIR,
O PRODUZIR DA NATUREZA;
AGIR EM TODA A CADEIA DE VALOR,
COM O PROPÓSITO DE FORTALECER OS TERRITÓRIOS
A PARTIR DE SUA BIODIVERSIDADE, AGRODIVERSIDADE
E SOCIODIVERSIDADE, PARA GARANTIR
ALIMENTO BOM PARA TODOS E PARA O AMBIENTE.


manifesto na LÍNGUA Baniwa 


                               KADZOXOOPA KANAKAIKA AATSIANAI IKAPAKA 
MATSIA KOAKA LHIEHE IÑHAWADATTIRI TSEENAKHA. 
WALHIOTSA WATSOOMETAKA YANHEKHETTI 
IÑHAKHETTI IAPIDZA, IÑHAKHETTI IDZANAKETTI IAPIDZA, 
IDZANAKHETTI IPANAKHETTI IAPIDZA, IPANAKHETTI 
HIPAI NAKO PERI IAPIDZA, WADEENHIKARO PHIOME 
NHAA LIDEENHIKANAA IMATSIAKA, KADZO WATSA 
WATTAITA WAKHEDZAKOTAKA WAHIPAITENAAI, 
NANAKHITTE NHAAHA KAWHIPERI AWAKADA LIKO, 
PANIATTINAI KINIKI RIKOPERI, WANAWIKIKANAIDZO, 
WALHIO KARO WATSA IÑHAWADATTI MATSIADALI PHIOME
IRHIO NHEETTE WEMAKAWA LIKO IRHIO TSAKHA.
 






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